Evento reúne na capital paulista principais nomes da nova música produzida longe das metrópoles; programação conta com shows, mostras de teatro e intervenções artísticas
Espalhados pelos quatro cantos do país, uma rede de produtores, artistas e divulgadores possibilita a circulação de shows e discos de bandas independentes durante todo o ano, da Amazônia aos pampas gaúchos. A troca de informações e serviços entre os membros dessa teia fez com que o Circuito Fora do Eixo se tornasse referência na nova produção musical brasileira ao amparar-se em conceitos de empreendedorismo e economia solidária.
Os tentáculos do Fora do Eixo - criado no final de 2005 e que hoje inclui 59 festivais, 46 veículos de comunicação independentes, além de moedas complementares como Cubo Card e Goma Card – agora se estendem a capital paulista na forma de festival que pretende mostrar a força de expressões artísticas produzidas longe das metrópoles – e que têm ganhado projeção e reconhecimento nacional. O Festival é uma ação da Agência Fora do Eixo (agenciaforadoeixo.wordpress.com) que, com um escritório em São Paulo, irá auxiliar as bandas na gestão de suas carreiras.
Durante cinco dias, o público paulistano poderá conferir apresentações de nomes celebrados como Macaco Bong (Mato Grosso), Burro Morto (Paraíba) e Porcas Borboletas (Minas Gerais), ao lado de novas promessas - entre elas, Nevilton (Paraná), Mini Box Lunar (Amapá), Caldo de Piaba (Acre), Calistoga (Rio Grande do Norte) e Facas Voadoras (Mato Grosso do Sul). Reforçam a escalação do Festival Fora do Eixo (festival.foradoeixo.org.br) convidados ilustres, como Jards Macalé, Cabruêra (Paraíba) e Canastra (Rio de Janeiro).
Foto de Talita Oliveira
As apresentações acontecem de 6 a 11 de abril, nas principais casas de show da cidade. Também integram a programação workshops, espetáculos de teatro e intervenções artísticas realizadas nas ruas e em locais que vão sediar o Festival.
Mãos à obra
Com mais de 120 shows realizados pelo Brasil só no ano passado, o trio instrumental Macaco Bong é a banda símbolo da movimentação Fora do Eixo. Desde o lançamento de seu álbum de estreia, Artista Igual Pedreiro, um dos mais celebrados de 2008, os cuiabanos passaram por concorridos palcos das capitais e desbravaram estradas pelo interior do Brasil, de pequenos bares aos mais prestigiados festivais do país (e não só - foram também à Argentina e ao Canadá), sem medir esforços para levar seu potente show à variadas plateias.
Graças ao ímpeto de aproximar-se do público, as bandas do Circuito têm despertado novos fãs e a atenção da imprensa cultural. Jovens, articulados e talentosos, encaram rotas improváveis país afora. O caminho que levou a promissora banda Nevilton, de Umuarama (PR), à edição deste ano do festival Abril Pro Rock, em Recife, por exemplo, inclui incontáveis apresentações por remotas cidades paranaenses, como Alto Piquiri e Toledo - muitas vezes, à bordo de um velho Fiat Uno.
É também pela internet que esses grupos se fazem ouvir, seja por meio de mídias sociais (notadamente, Facebook e Twitter) e parcerias com blogs, ou do bom e velho boca a boca. Articulados em rede, fazem da arte força motriz para fomentar cenas locais. Artista Igual Pedreiro, título do álbum da Macaco Bong, é como um manifesto dessa geração que, além de compor e tocar com esmero, se envolve na produção e promoção de shows e eventos em suas cidades - como é o caso da trupe do Mini Box Lunar, que realiza, desde 2008, o Festival Quebra-Mar, em Macapá, e mantém o selo Poliphonic Records (ottotakk.blogspot.com).
A integração da música com outras expressões artísticas é outra face importante da atuação dos coletivos espalhados pelo país. Bastante evidente nas apresentações dramatizadas do combo Porcas Borboletas, no Festival o teatro e as artes visuais ganham espaço em programação paralela. Na Oficina Cultural Oswald Andrade, sexta (9) e sábado (10), os coletivos Macondo (RS), Colméia Cultura (SP) e Enxame (SP), e os grupos parceiros GUTE (Grupo Urucum de Teatro Experimental), Núcleo de Pesquisa Teatral Santa Víscera, TRIO e UHUU, promovem workshops e peças teatrais.
Na Casa de Cultura Digital (Rua Vitorino Carmilo, 459 - Barra Funda), em três dias consecutivos (entre 9 e 11 de abril), sempre das 14h às 17h, o público tem acesso (com entrada franca) às mostras de artes visuais organizadas por artistas e produtores culturais da Sala Dobradiça (saladobradica.blogspot.com), de Santa Maria (RS). São duas instalações: "Sala D", plataforma de exposição virtual de trabalhos artísticos, do Circuito Fora do Eixo, e aberta a cadastro de novos artistas interessados em mostrar seu talento; e "Ações dos Coletivos de Arte", encontro de grupos artísticos ligados à cena independente, como o Pakerenháquenhá Musical, que apresenta espetáculo de música livre, com ênfase na música indígena, e o Coletivo Esquizotrans (esquizotrans.wordpress.com), cujo trabalho pauta-se na discussão da sexualidade.
Domingo (11), a partir das 21h, agentes culturais, bandas e produtores se reúnem na festa de encerramento do Festival, que acontece no Neu Club (Rua Dona Germaine Burchard, 421 – Água Branca). O público também pode participar – a entrada custa R$ 10.
Após a etapa paulistana, o Festival segue com alguns shows no interior do estado e, em maio, aporta no Rio de Janeiro. As datas, locais e atrações serão anunciadas no site www.festival.foradoeixo.org.br.
REALIZAÇÃO: Agência Fora do Eixo, Circuito Fora do Eixo
APOIO: MTV, Ministrério da Cultura, Abrafin (Associação Brasileira dos Festivais Independentes), Toque no Brasil, Filmes para Bailar, OC (Oficinas Culturais do Estado de São Paulo), ASSAOC (Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo), Jr Malabares e Punk Sarava
E hoje Terça, 6 de abril, às 20h tem:
MINI BOX LUNAR + JARDS MACALÉ
Apontados como um dos nomes mais frescos do pop brasileiro, os amapaenses da Mini Box Lunar conquistam pela psicodelia agridoce, inspirada em ícones da contracultura brasileira, como Mutantes, Secos & Molhados e outros "malucos geniais" de nosso cancioneiro. Em setembro, em sua primeira vinda a São Paulo, o sexteto dividiu palco com Jorge Mautner em elogiada apresentação no Fórum de Cultura Digital. Agora, convidam outro "marginal" da mpb para acompanhá-los em show que abre a programação do Festival Fora do Eixo. Ao lado de Jards Macalé, a banda amazônica mostrará canções de seu repertório e releituras para músicas como "Farrapo Humano" e "Let's Play That", compostas pelo carioca na década de setenta.
Ouça: www.myspace.com/miniboxlunar
Onde: Itaú Cultural - Avenida Paulista, 149, Bela Vista
Quanto: Grátis
Duração: 50 min.
Censura: 14 anos
Capacidade: 247 lugares
Estacionamento: Manobrista (R$ 8)
Telefone: (11) 2168-1777
Site: www.itaucultural.org.br
Amanhã, Quarta, 7 de abril, a partir das 23h tem:
MACACO BONG + CALDO DE PIABA
No Studio SP, a festa será dedicada à música instrumental. Presença frequente no line-up de festivais e em artigos empolgados da crítica especializada, a Macaco Bong mostra porque é considerada uma das melhores do gênero. O trio retorna a São Paulo com seu poderoso show que desconstrói arranjos e insere elementos de jazz, fusion, metal e pop em harmonias tradicionais da música brasileira – e devem apresentar, além das já conhecidas "Fuck You Lady" e "Vamodahmaisuma", músicas novas. A vibrante mistura de lambada, guitarrada parense, funk, ska e rock, com pitadas de brega e improvisos de jazz, da revelação acreana Caldo de Piaba, completa a balada prometendo colocar todo mundo para dançar, com músicas de seu repertório e versões dançantes para velhas canções populares como "Moliendo Café", eternizada na voz de Julio Iglesias, e subvertida no segundo EP da banda, Volume Dois.
Ouça: www.myspace.com/macacobong; www.myspace.com/caldodepiaba
Onde: Studio SP - Rua Augusta, 591
Quanto: R$ 20 (porta) e R$ 15 (lista)
Duração: 90 min.
Censura: 18 anos
Capacidade: 450 lugares
Estacionamento: Conveniado (R$ 15)
Telefone: (11) 3129-7040
Site: www.studiosp.org
Veja programação completa, aqui!
Os tentáculos do Fora do Eixo - criado no final de 2005 e que hoje inclui 59 festivais, 46 veículos de comunicação independentes, além de moedas complementares como Cubo Card e Goma Card – agora se estendem a capital paulista na forma de festival que pretende mostrar a força de expressões artísticas produzidas longe das metrópoles – e que têm ganhado projeção e reconhecimento nacional. O Festival é uma ação da Agência Fora do Eixo (agenciaforadoeixo.wordpress.com) que, com um escritório em São Paulo, irá auxiliar as bandas na gestão de suas carreiras.
Durante cinco dias, o público paulistano poderá conferir apresentações de nomes celebrados como Macaco Bong (Mato Grosso), Burro Morto (Paraíba) e Porcas Borboletas (Minas Gerais), ao lado de novas promessas - entre elas, Nevilton (Paraná), Mini Box Lunar (Amapá), Caldo de Piaba (Acre), Calistoga (Rio Grande do Norte) e Facas Voadoras (Mato Grosso do Sul). Reforçam a escalação do Festival Fora do Eixo (festival.foradoeixo.org.br) convidados ilustres, como Jards Macalé, Cabruêra (Paraíba) e Canastra (Rio de Janeiro).
Foto de Talita Oliveira
As apresentações acontecem de 6 a 11 de abril, nas principais casas de show da cidade. Também integram a programação workshops, espetáculos de teatro e intervenções artísticas realizadas nas ruas e em locais que vão sediar o Festival.
Mãos à obra
Com mais de 120 shows realizados pelo Brasil só no ano passado, o trio instrumental Macaco Bong é a banda símbolo da movimentação Fora do Eixo. Desde o lançamento de seu álbum de estreia, Artista Igual Pedreiro, um dos mais celebrados de 2008, os cuiabanos passaram por concorridos palcos das capitais e desbravaram estradas pelo interior do Brasil, de pequenos bares aos mais prestigiados festivais do país (e não só - foram também à Argentina e ao Canadá), sem medir esforços para levar seu potente show à variadas plateias.
Graças ao ímpeto de aproximar-se do público, as bandas do Circuito têm despertado novos fãs e a atenção da imprensa cultural. Jovens, articulados e talentosos, encaram rotas improváveis país afora. O caminho que levou a promissora banda Nevilton, de Umuarama (PR), à edição deste ano do festival Abril Pro Rock, em Recife, por exemplo, inclui incontáveis apresentações por remotas cidades paranaenses, como Alto Piquiri e Toledo - muitas vezes, à bordo de um velho Fiat Uno.
É também pela internet que esses grupos se fazem ouvir, seja por meio de mídias sociais (notadamente, Facebook e Twitter) e parcerias com blogs, ou do bom e velho boca a boca. Articulados em rede, fazem da arte força motriz para fomentar cenas locais. Artista Igual Pedreiro, título do álbum da Macaco Bong, é como um manifesto dessa geração que, além de compor e tocar com esmero, se envolve na produção e promoção de shows e eventos em suas cidades - como é o caso da trupe do Mini Box Lunar, que realiza, desde 2008, o Festival Quebra-Mar, em Macapá, e mantém o selo Poliphonic Records (ottotakk.blogspot.com).
A integração da música com outras expressões artísticas é outra face importante da atuação dos coletivos espalhados pelo país. Bastante evidente nas apresentações dramatizadas do combo Porcas Borboletas, no Festival o teatro e as artes visuais ganham espaço em programação paralela. Na Oficina Cultural Oswald Andrade, sexta (9) e sábado (10), os coletivos Macondo (RS), Colméia Cultura (SP) e Enxame (SP), e os grupos parceiros GUTE (Grupo Urucum de Teatro Experimental), Núcleo de Pesquisa Teatral Santa Víscera, TRIO e UHUU, promovem workshops e peças teatrais.
Na Casa de Cultura Digital (Rua Vitorino Carmilo, 459 - Barra Funda), em três dias consecutivos (entre 9 e 11 de abril), sempre das 14h às 17h, o público tem acesso (com entrada franca) às mostras de artes visuais organizadas por artistas e produtores culturais da Sala Dobradiça (saladobradica.blogspot.com), de Santa Maria (RS). São duas instalações: "Sala D", plataforma de exposição virtual de trabalhos artísticos, do Circuito Fora do Eixo, e aberta a cadastro de novos artistas interessados em mostrar seu talento; e "Ações dos Coletivos de Arte", encontro de grupos artísticos ligados à cena independente, como o Pakerenháquenhá Musical, que apresenta espetáculo de música livre, com ênfase na música indígena, e o Coletivo Esquizotrans (esquizotrans.wordpress.com), cujo trabalho pauta-se na discussão da sexualidade.
Domingo (11), a partir das 21h, agentes culturais, bandas e produtores se reúnem na festa de encerramento do Festival, que acontece no Neu Club (Rua Dona Germaine Burchard, 421 – Água Branca). O público também pode participar – a entrada custa R$ 10.
Após a etapa paulistana, o Festival segue com alguns shows no interior do estado e, em maio, aporta no Rio de Janeiro. As datas, locais e atrações serão anunciadas no site www.festival.foradoeixo.org.br.
REALIZAÇÃO: Agência Fora do Eixo, Circuito Fora do Eixo
APOIO: MTV, Ministrério da Cultura, Abrafin (Associação Brasileira dos Festivais Independentes), Toque no Brasil, Filmes para Bailar, OC (Oficinas Culturais do Estado de São Paulo), ASSAOC (Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo), Jr Malabares e Punk Sarava
E hoje Terça, 6 de abril, às 20h tem:
MINI BOX LUNAR + JARDS MACALÉ
Apontados como um dos nomes mais frescos do pop brasileiro, os amapaenses da Mini Box Lunar conquistam pela psicodelia agridoce, inspirada em ícones da contracultura brasileira, como Mutantes, Secos & Molhados e outros "malucos geniais" de nosso cancioneiro. Em setembro, em sua primeira vinda a São Paulo, o sexteto dividiu palco com Jorge Mautner em elogiada apresentação no Fórum de Cultura Digital. Agora, convidam outro "marginal" da mpb para acompanhá-los em show que abre a programação do Festival Fora do Eixo. Ao lado de Jards Macalé, a banda amazônica mostrará canções de seu repertório e releituras para músicas como "Farrapo Humano" e "Let's Play That", compostas pelo carioca na década de setenta.
Ouça: www.myspace.com/miniboxlunar
Onde: Itaú Cultural - Avenida Paulista, 149, Bela Vista
Quanto: Grátis
Duração: 50 min.
Censura: 14 anos
Capacidade: 247 lugares
Estacionamento: Manobrista (R$ 8)
Telefone: (11) 2168-1777
Site: www.itaucultural.org.br
Amanhã, Quarta, 7 de abril, a partir das 23h tem:
MACACO BONG + CALDO DE PIABA
No Studio SP, a festa será dedicada à música instrumental. Presença frequente no line-up de festivais e em artigos empolgados da crítica especializada, a Macaco Bong mostra porque é considerada uma das melhores do gênero. O trio retorna a São Paulo com seu poderoso show que desconstrói arranjos e insere elementos de jazz, fusion, metal e pop em harmonias tradicionais da música brasileira – e devem apresentar, além das já conhecidas "Fuck You Lady" e "Vamodahmaisuma", músicas novas. A vibrante mistura de lambada, guitarrada parense, funk, ska e rock, com pitadas de brega e improvisos de jazz, da revelação acreana Caldo de Piaba, completa a balada prometendo colocar todo mundo para dançar, com músicas de seu repertório e versões dançantes para velhas canções populares como "Moliendo Café", eternizada na voz de Julio Iglesias, e subvertida no segundo EP da banda, Volume Dois.
Ouça: www.myspace.com/macacobong; www.myspace.com/caldodepiaba
Onde: Studio SP - Rua Augusta, 591
Quanto: R$ 20 (porta) e R$ 15 (lista)
Duração: 90 min.
Censura: 18 anos
Capacidade: 450 lugares
Estacionamento: Conveniado (R$ 15)
Telefone: (11) 3129-7040
Site: www.studiosp.org
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