Equipe do Espaço Cubo em Premiação: Alfa Canhetti, Ney Hugo e Marielle Ramires.
CATRAIA: Pra você, Alfa Canheti, o que é CULTURA?
ALFA CANHETTI: Depende do ponto de vista.. que pergunta difícil! (risos) Cultura pode ser entendida como um conjunto de costumes de determinado grupo de pessoas, como também um costume que engloba todas as formas de manisfestação artística: Música, teatro, tatuagem, literatura, moda, audiovisual.. Todas as formas são importantes.
CATRAIA: Você acha que toda a trabalheira de produção de um festival, por exemplo, é importante tanto quanto o próprio festival, com as bandas tocando no palco?
ALFA CANHETTI: Criar tecnologia de gestão de informações para atingir os objetivos, que é fazer o festival acontecer, é o que motiva quem trabalha nesse meio. O festival lá rolando é claro que tem sua importância, traz visibilidade pro local, pra quem tá tocando, pra quem tá fazendo, mas nada disso aconteceria se não tivesse o "rala" da pré produção.
"Eu acho que a "trabalheira de produção de um festival" é muito mais importante do que o próprio festival. A segunda não existe sem a primeira, a segunda é consequência da primeira.."
Cubo: Um dos precursores do Circuito Fora do Eixo, junto com o Goma e o Catraia.
CATRAIA: Qual a sua previsão em relação ao cenário musical? Daqui há 5 anos, você acha que o jovens vão estar curtindo o mesmo que curtem hoje?
ALFA CANHETTI: Bom, se os jovens vão estar curtindo o mesmo de hoje, eu não sei. Mas sei que muita coisa boa tá surgindo e que cada vez mais as pessoas vão se dando conta que o cenário independente é a nova lógica da música brasileira. Daqui cinco anos a nova lógica da música da América do Sul, aí América do Norte, até conquistarmos o mundo! (risos)
Arte do Grito Rock 2009 no MISC, em Cuiabá no Mato Grosso.
Comunicação na correria do Observatório Fora do Eixo, que aconteceu mês passado.
LENISSA LENZA: Péra. Eu tô aqui tentando responder algo que faça sentido.. (risos) Música pra mim é um método de criação. A música atrai muitas pessoas em torno de um processo criativo, prazeroso, que permite um desenvolvimento humano mais humano, permite a criação de regras próprias, com cenários próprios, com um hábito mais livre que o método tradicional de se viver. Acredito que isso é característica de segmentos artístico-culturais em geral, mas a música tem um histórico muito forte na potencialização de tudo isso.
Portal do Circuito Fora do Eixo na Internet: http://www.foradoeixo.org.br/
LENISSA LENZA: As melhores possíveis. No congresso vamos ter uma semana pra desenvolver e compilar o que já estamos fazendo através da rede. Mas esse encontro é uma maneira da convivência presencial acontecer. E ela também é muito importante pro desenvolvimento do processo todo. Só tem a contribuir. Além disso, a dinâmica com consultores dedicados a áreas primordiais pro desenvolvimento do circuito, vai possibilitar a qualificação da rede significativamente. Esse ano o congresso já teve um Up em relação ao ano passado e a tendência é ampliar a cada ano, cada vez mais qualificado e antenado com o processo da política cultural do país.
Congresso Fora do Eixo, esse ano em Rio Branco, durante o Varadouro. Vai ser massa!
LENISSA LENZA: Acredito que qualquer arte ou área que se prontifique a trabalhar e se desenvolver nessa perspectiva de mudança, estará trabalhando em prol de um desenvolvimento cultural diferenciado, e vai ter possibilidade de transformar a realidade. A música é um meio criativo que deixa o campo aberto pra isso, e aglutina muitas pessoas, mas nem todo músico ou participantes do meio musical estão dispostos a trabalhar em prol de uma mudança da realidade. Então acredito que a perspectiva é o olhar pra um objetivo cultural maior, ter em mente essa mudança comportamental e portanto a música é só mais um meio de se conseguir isso. Mas poder pra isso ela tem. A prova é o cenário musical independente que já vem provocando essas mudanças.
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