sábado, 27 de junho de 2009

O Rei do Pop Está Morto. Viva o Rei do Pop. - Por Alexis Peixoto

Elvis já não era mais The Pelvis há uns vinte anos quando empacotou em Graceland, gordo e entupido de barbitúricos. Raul Seixas era uma esponja semi-reclusa, sem um dente na boca quando sucumbiu à diabetes e ao alcoolismo. Renato Russo e Freddie Mercury já haviam perdido a postura de diva quando a AIDS os levou para o outro lado. Apesar dos pesares, todos seguraram a onda até o fim e não raro arrastavam multidões quando o humor (ou as dívidas) lhes permitia sair de casa.

Michael Jackson, rei do pop afastado do cargo há vinte anos, pouco lembrava o ícone que ficou grudado na retina de pelo menos três gerações de terráqueos quando morreu no fim da tarde de 25 de junho de 2009. Debilitado, não se apresentava ao vivo há doze anos, não soltava material inédito há oito. No entanto não é preciso nenhum exercício de matemática para imaginar a quantidade de gente que pretendia aparecer nos tais 40 e tantos shows planejados para a tal “Turnê de Retorno” de Jacko em Londres, com início programado para o mês de julho. Ao desencarnar às vésperas do embarque para os shows o Rei do Pop deixa nos fãs, além da sensação de desconsolo, uma dúvida cruel: se ele tivesse voltado, teria conseguido se reerguer?
O diabinho do lado esquerdo responde: provavelmente não. Com a saúde fragilizada, fora de forma e – sejamos sinceros – não exatamente no gozo pleno de suas faculdades mentais, dificilmente Michael teria conseguido completar as datas da turnê. A morte, se é que tem algum lado bom além de vender coletâneas e render shows-tributos, poupou o Rei de um último e retumbante fracasso e revestiu sua partida com uma centelha de esperança melancólica que fará o mundo lembrar dos dias passados e lamentar a ausência do futuro.

(...)

Leia o texto de Alexis Peixoto na íntegra sobre a morte de Michael Jackson, aqui