terça-feira, 5 de agosto de 2008

Diário de Bordo: Chegando à Cuiabá





Os integrantes do Catraia inscritos no Congresso Fora do Eixo acabam de chegar a Cuiabá. Sim, estamos todos bem, obrigada. O avião não caiu, não nos perdemos, fomos recebidos pelo pessoal do Espaço Cubo e como em Hell City as coisas não param, na segunda já teve dando entrevista em programa de TV, reuniões, planilhas...E nesta terça-feira o clima não foi diferente. Em uma calor de mais de 31 graus, começou o credenciamente dos congressistas. Os integrantes do Catraia também começaram a elaborar um Zine que será distribuido no Festival Calango, e também será levado para Rio Branco.

Durante toda a semana o Blog vai ficar passando informações fresquinhas sobre o que está acontecendo no Congresso, nos bastidores e no festival. Para começar, os colaboradores vão falar um pouco da viagem, dos percursos, das horas de espera, dos buracos ou das áreas de turbulências para chegar até Cuiabá. Um pequeno diário de bordo na terra do Calango.


Das Salas de Embarque aos Baguncinhas de Hell City
Por Veriana Ribeiro




Esta é minha primeira viagem sozinha. Nem com os outros parceiros do coletivo eu estava viajando, pois estava indo de avião enquanto a maioria dos meus colegas, de ônibus. Alguns como Saulinho [Machado, da Filomedusa] ou Karla Martins já tinham embarcado, já que fariam uma parada no Porão do Rock em Brasília.

O avião demorou a sair de Rio Branco, por causa de algumas queimadas no terreno próximo ao aeroporto, que deixaram difícil a visualização da pista. Mas depois da decolagem tudo foi tranqüilo e em algumas horas eu já me encontrava na sala de embarque do aeroporto de Brasília, fazendo conexão para Cuiabá. Por sinal, a conexão demorou mais que o percurso ate Hell City, que nem estava tão quente assim quando cheguei. Uma chuva tinha caído na cidade, deixando a temperatura mais fresca e um vento frio à noite.

Mal cheguei ao Hotel e a galera do atendimento me ligou perguntando se estava tudo bem e se eu queria conhecer a Casa do Espaço Cubo. Aceitei na hora e em poucos minutos estava andando pelos corredores, estúdios e salas do local. Conheci pessoas que eram famosos apenas por nomes e conversas no msn. Marielle Ramirez, Pablo Capilé, Lenisa Lensa, Ney Hugo, entre outros, deixaram de serem letras no computador e passaram a ter rostos.


Logo me colocaram na sala da comunicação onde fiquei junto com os outros comunicólogos do Cubo aprendendo sobre como eram as atividades no local e como seria o trabalho durante o congresso. E bota aprendizagem! E bota trabalho! Para agüentar acordado, só comendo bastante. É ai que entra o famoso baguncinha, um sanduíche que todos comem quando tem que trabalhar até mais tarde. E naquela noite era o que não faltava: trabalho e baguncinhas. Quando vi, um dos meninos já estava me perguntado se eu queria participar de um programa de televisão local, onde eles iriam fazer uma propaganda do festival e do congresso. Aceitei.

Somente às 03h da madrugada que sai do Cubo. Os meninos me deram um carona para o hotel, já marcando de me pegar no dia seguinte para irmos ao programa. Às 08h já estava de pé e com uma surpresa: os quatro integrantes do catraia que fizeram a viagem de ônibus tinham acabado de chegar. Ney Hugo, responsável pelo Portal Fora do Eixo, chegou ao hotel um pouco depois para irmos ao programa de TV. Lá eu expliquei um pouco sobre o Catraia e sobre nossas perspectivas para o congresso e o festival. O programa terminou quase na hora do almoço, mas como em Hell City o trabalho nunca acaba, seguimos direto para o Cubo com suas músicas, reuniões, trabalhos e baguncinhas.


De aeroportos e esperas ao trabalho!
Por Jerônimo Arthur

Quase 36 horas sem dormir até então. Mas isso não é nada perto da ansiedade que tomou conta quando entrei na sala de embarque ainda no aeroporto de Rio Branco. O nervosismo era grande, principalmente por saber da responsabilidade de estar viajando com recursos oriundos do edital de intercâmbio do Ministério da Cultura. Apesar de querer chegar logo estava ciente das 3 horas de duração da viagem até Brasília (que demorou quase 1 hora a mais por conta de análises técnicas no avião), das outras 3 horas de espera no aeroporto da capital brasileira para embarcar no avião até Cuiabá, e de mais 1 hora e meia de viagem (caramba, foram oito horas e meia só de viagem!).

Recepcionado pelo Thiago Dezan (que não foi difícil de reconhecer por estar com a camisa do Festival Calango), fiz o translado até o Hotel Plaza, onde estavam os outros integrantes do Catraia, conversando sobre a participação no Congresso Fora-do-Eixo e no Festival Calango. Chegando ao hotel encontrei meus companheiros, troquei uma idéia a respeito da viagem (eles vieram de ônibus um dia antes de mim), e então partimos para o almoço, ansiosos pelo que estava por vir.

O primeiro encontro com uma galera maior de Cuiabá aconteceu no MISC – Museu da Imagem e Som de Cuiabá, onde estavam Pablo Capilé e Paulo Kyd, coordenador do Espaço Cubo e membro da Volume Comunicação, respectivamente. Quem nos levou até lá foi a Lívia Haiana, uma (aspas)volumista(aspas) muito simpática. Veriana já tinha ligado pedindo alguns equipamentos, então conhecemos rapidamente o Museu e partimos para a sede do Espaço Cubo, guiados pelo Kyd.


Fiquei maravilhado com o Cubo: paredes cobertas por páginas de quadrinhos, CDs independentes expostos e escritos na parede daqueles que por ali já passaram. Lá conheci vários membros do Cubo/Volume, como Mikhail Favalessa, Ney Hugo, Alfa Canhetti (estes com que tive mais contato até o momento), e reencontrei as cubistas Marielle Ramires e Lenissa Lenza, com quem tive maior contato na estadia delas em Rio Branco.

O dia foi longo: dividimos tarefas para a semana, distribuindo os membros do Catraia dentre as oficinas e workshops do Festival Calango. Em reunião dos núcleos de comunicação dividimos pautas para o Portal Fora-do-Eixo, junto a membros do Cubo, Volume e Cufa. Está sendo uma experiência bastante interessante: estar aqui, entre os organizadores de um dos maiores festivais independentes do país, fazendo um laboratório nas prévias de realização do Festival Varadouro, vai ser de grande relevância para um melhor desenvolvimento dos trabalhos.



32 h de Asfalto. À Hell City!

Por Kaline Rossi, Thays França e Thalyta França


Vontade de aprender, compartilhar experiências, buscar tecnologias, estímulo para recarregarmos as baterias e voltar com todo gás para a produção do Festival Varadouro 08, além de dar continuidade aos trabalhos dentro do Catraia, nos moveu a encarar a jornada de 32 horas. Mais de 1.400 km. Tensão e ansiedade. Conseguimos, enfim, as passagens e cá estamos - vivos - em Hell City. Chegamos na manhã de segunda-feira (04) e fomos recepcionados por Thiago Dezan do Cubo Atendimento que nos levou até o hotel, um lugar aconchegante que lembra a casa de vovó, situado no centro histórico da cidade. Nos sentimos em casa.


À tarde fomos ao MISC - Museu de Imagem e Som de Cuiabá , acompanhados da Lívia do Cubo Atendimento, e nos levou até a salinha onde funciona o QG do Congresso Fora do Eixo. Vimos uma equipe empenhada, acertando os últimos detalhes: finalizando planilhas, fazendo contatos, atentos à chegada das caravanas de congressistas, produtores, jornalistas e músicos.

Mais tarde fomos - na pernada com Paulo Kid (fotográfo da Volume) - conhecer a sede do Espaço Cubo, estúdio, loja, biblioteca, sala de comunicação e o resto da galera. Lá nos reunimos e planejamos o cronograma das atividades do Catraia no Congresso Fora do Eixo. Como alguma delas vão acontecer simultaneamente, nos dividimos para que pudéssemos ter um melhor aproveitamento de toda a programação do CFE.



Hoje, dia 05, começa efetivamente o Congresso Fora do Eixo com as seguintes atividades: Credenciamento, Plasticalango, Moda no Calango, Calango in vídeo, Calango em cena, Comunicalango, Língua de Calango, Calango Instrumental, a solenidade de abertura do Congresso e logo mais a noite os Pocket Shows com: Linha Dura (MT), Macaco Bong (MT) e Maldita (RJ).

Vai ser uma verdadeira maratona e vamo simbora que temos muito a fazer! Em breve mais notícias do lado de cá.

2 comentários:

Gabriela Oliveira disse...

Deve ser muito interessante e prazeroso trabalhar em um projeto desses, apesar de parecer muito cansativo. Boa sorte...

Anônimo disse...

Para o alto e avante, catraieiros!
o/